quinta-feira, 7 de maio de 2015

Dream Cast - Série "Quarteto de Noivas", Nora Roberts

Nunca fiz o tipo romântica; pelo contrário, sempre tentei me manter afastada de romances e afins. Ultimamente, porém, me descobri extremamente apaixonada pelo gênero, suspirando ao ler cenas de beijos e querendo algo assim para mim. Difícil acontecer, mas sonha vale a pena e é de graça, certo?
Autora renomada do gênero, Nora Roberts possui uma lista imensa de livros românticos em seu currículo. Depois de descobrir essa série, me vi desesperada para tê-la. Amo casamentos. Amo noivas. Amo vestidos de noivas, amo os detalhes, o planejamento, o dia em si, enfim. Depois de um tempo, consegui comprar os livros e... Deus!, não me arrependo de maneira alguma. Para os fãs, recomendo a série toda. Cada livro tem uma protagonista – uma das amigas do Quarteto, com sua área de experiência (fotografia, flores, doces e planejamento, respectivamente). E cada uma delas descobrirá o amor à sua maneira.
Abaixo, uma breve descrição de cada livro.

Quarteto de Noivas (Nora Roberts): Quando crianças, as amigas Parker, Emma, Laurel e Mac adoravam brincar de casamento no jardim. Anos depois, fundaram a Votos, a melhor empresa de organização de casamentos do estado. Mas, apesar de tornar real o dia perfeito para tantos casais, nenhuma teve no amor a mesma sorte que tem nos negócios. Até agora.

Álbum de casamento: Mac é especialista em captar momentos de felicidade, mas não leva muita fé no amor. Por isso não entende o frio na barriga que sente ao reencontrar Carter Maguire. Professor de inglês, cita Shakespeare, usa paletó de tweed e sempre fica atrapalhado na frente dela. Agora ele está disposto a ganhar o coração de Mac e convencê-la de que é possível criar suas próprias lembranças felizes.



Mar de rosas: Emma passa os dias cercada de flores, criando arranjos e buquês. Ela cresceu ouvindo a história de amor dos pais e se tornou uma romântica inveterada. Jack não vem de uma família feliz e é incapaz de assumir um compromisso. Amigos de longa data, eles nunca revelaram a atração que sentiam um pelo outro. Mas há coisas que não podem ficar escondidas para sempre.

Bem-casados: Laurel é a criadora de bolos e quitutes lindos e saborosos. Apaixonada desde sempre por Delaney, nunca teve coragem de revelar seus sentimentos. Advogado da Votos, Del se sente responsável por cuidar do bem-estar das quatro sócias. Porém, sua postura começa a gerar desentendimentos entre ele e Laurel – e acende uma faísca que eles não conseguirão conter.

Felizes para sempre: Parker sabe que subir ao altar é um dos momentos mais extraordinários na vida de um casal e por isso dirige a Votos com pulso firme. Certinha e controladora, ela só perde o chão na presença do mecânico Malcolm. Mas quem disse que o príncipe encantado não pode chegar numa Harley-Davidson?


Eu já havia feito antes com a série Os Hathaway, da Lisa Kleypas (Clique aqui para ver o post). Gostei da ideia, então decidi fazer novamente com as meninas da Nora Roberts. Vamos ao cast? 

Mackensie Elliot – Emma Stone
Carter Maguire – Andrew Garfield
Emmaline Grant – Gina Rodriguez
Jack Cooke – Brett Dier
Laurel McBane – Chelsea Kane
Delaney Brown – Matt Bomer
Parker Brown - Alexis Bledel
Malcom  Kavanaugh – Stephen Amell

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Resenha - Até você ser minha (Samantha Hayes)

Um dos melhores livros que li até hoje, Até você ser minha entra no Top 5 de livros do gênero suspense na minha lista. A narrativa de Samantha Hayes conseguiu me cativar, fazendo com que eu me tornasse obcecada por terminar o livro o mais rápido possível. Cheia de reviravoltas de parar o coração, traz a história de um ser humano que tem apenas um objetivo: ter um bebê seu.

                            


Título nacional: Até você ser minha
Título original: Until You're Mine
Autor: Samantha Hayes
Editora: Intrínseca
Páginas: 352
Ano: 2013 (2015 no Brasil)
Sinopse: A assistente social Claudia Morgan-Brown está prestes a realizar o sonho de sua vida: vai dar à luz uma menininha. Apesar da ausência do marido ao longo da gravidez – James é oficial da Marinha e fica semanas e até meses longe de casa –, ela mal pode esperar para segurar seu bebê nos braços após várias tentativas e perdas.
Porém, as diversas tarefas de Claudia, além da responsabilidade de cuidar dos gêmeos Oscar e Noah, filhos do primeiro casamento de James, deixam o casal preocupado. A próxima partida de James se aproxima, e eles decidem contratar uma babá.
Zoe Harper quer muito o emprego. Com as melhores recomendações, ela conquista os gêmeos e se muda para o lar do casal. Mas Claudia logo percebe que a mulher tem outros motivos para se aproximar da família.
As suspeitas de Claudia se transformam em verdadeiro terror quando começa a ocorrer uma série de ataques brutais a mulheres grávidas na cidade. Imersos em problemas familiares, os investigadores Lorraine Fisher e Adam Scott são forçados a deixar suas questões de lado e correr contra o tempo para encontrar o assassino antes que ele cometa mais um crime.
Uma narrativa repleta de reviravoltas, Até você ser minha traz os desejos humanos mais intensos e mostra quão longe alguém pode chegar para conseguir o que quer.

 A sinopse chama a atenção do leitor de imediato; parece uma narrativa interessante logo à primeira vista. Antes de mais nada, vou ressaltar alguns pontos que acho importantes acerca das três personagens que narram a história:            
- Zoe Harper é uma personagem bem construída, tão misteriosa que chega a dar medo em algumas passagens - especialmente quando afirma, repetidas vezes, que suas ações destruirão a família de Claudia. Em alguns trechos ela chega a ser irritante, confesso, mas não deixa de ser muito boa.
- Claudia Morgan-Brown é uma personagem sofredora; perdeu incontáveis bebês, seu marido passa a maior parte do tempo no mar a serviço da Marinha, seu trabalho é penoso – assistente social que lida com jovens problemáticos, o oposto de seus filhos adotivos (os gêmeos Oscar e Noah), e lares que não se parecem, em nada, com o seu.
- A investigadora Lorraine Fisher é uma personagem completa e muito bem montada (minha preferida durante todo o livro), com trama paralela própria interessante (o casamento desabando, o lar indo aos pedaços, enquanto ela lida com os assassinatos de grávidas). Aliás, Lorraine é protagonista também do livro “What You Left Behind”, sem título ou previsão de lançamento no Brasil.


                          

 O livro demora a pegar no tranco - o início é meio parado e chega a irritar; a história começa a ficar interessante a partir da página 50, aproximadamente. Os fatos se desenrolam de maneira lenta, quase tediosa, apesar de trechos interessantes soltos ao longo da história. Há capítulos ótimos e há capítulos ruins, mas todos são importantes para o desenvolvimento da trama, no fim. Aos poucos o leitor começa a encaixar peças que parecem aleatórias à primeira vista, mas se mostram essenciais à continuidade da história. Inúmeras vezes eu soltei um “RÁ!” durante a leitura, antes de perceber que estava errada sobre a questão em pauta.  
Em um nível mais profundo, é a história de uma pessoa (mulher?) que faz qualquer coisa para ter um bebê. E qualquer coisa mesmo: os assassinatos de duas mulheres a sangue frio, decorridos devido a cesarianas amadoras que não deram nada certo, é a é são as provas da obsessão, do desespero que leva um ser humano a cometer atrocidades em prol de realizar um sonho - segurar um bebê nos braços, amá-lo e ser amada por ele. Poderiam ser motivos completamente inocentes e compreensíveis, não fosse o modo como se tenta realizar tal sonho. O horror causado pelos crimes ataca os investigadores e as famílias das vítimas, e se estende para a população local através das notícias em jornais. Imaginar o cenário das mortes, as cenas dos crimes, é tarefa complicada - há relatos de um martelo e uma faca de cozinha em uma delas, muito sangue e o corpo aberto das mulheres. Inimaginável e de embrulhar o estômago - justamente o que acontece com os investigadores.
Confesso que há tempos eu não era surpreendida por uma história tão maravilhosa como esta. Os detalhes das cenas, a minuciosidade com que a autora trata suas personagens, tudo isso faz valer o tempo dispensado à leitura. Vale a pena ler, absolutamente. Vale a pena pegar o livro e se enterrar na história que Samantha Hayes criou. Recomendo!

sábado, 21 de março de 2015

Dream Cast - Série "Os Hathaways", Lisa Kleypas

Fala galera! 
Acabo de terminar a série “Os Hathaways”, de Lisa Kleypas (publicados pela editora Arqueiro no Brasil), e devo dizer que estou apaixonada. Pela autora, pelos livros, pelas personagens... Me sinto órfã dos excêntricos Hathaways, cada um diferente à sua maneira, todos descobrindo, aos poucos, o sentido da felicidade.
A série conta com cinco livros (mais um conto, “Casamento Hathaway”, lançado em 2009). Primeiro vou deixar a sinopse de cada um e, depois, mostrar quem são os atores perfeitos para cada personagem, na minha opinião.

Desejo à meia-noite (2007)
Após sofrer uma decepção amorosa, Amelia Hathaway perdeu as esperanças de se casar. Desde a morte dos pais, ela se dedica exclusivamente a cuidar dos quatro irmãos – uma tarefa nada fácil, sobretudo porque Leo, o mais velho, anda desperdiçando dinheiro com mulheres, jogos e bebida.
Certa noite, quando sai em busca de Leo pelos redutos boêmios de Londres, Amelia conhece Cam Rohan. Meio cigano, meio irlandês, Rohan é um homem difícil de se definir e, embora tenha ficado muito rico, nunca se acostumou com a vida na sociedade londrina.
Apesar de não conseguirem esconder a imediata atração que sentem, Rohan e Amelia ficam aliviados com a perspectiva de nunca mais se encontrarem. Mas parece que o destino já traçou outros planos.
Quando se muda com a família para a propriedade recém-herdada em Hampshire, Amelia acredita que esse pode ser o início de uma vida melhor para os Hathaways. Mas não faz ideia de quantas dificuldades estão a sua espera.
E a maior delas é o reencontro com o sedutor Rohan, que parece determinado a ajudá-la a resolver seus problemas. Agora a independente Amelia se verá dividida entre o orgulho e seus sentimentos.
Será que Rohan, um cigano que preza sua liberdade acima de tudo, estará disposto a abrir mão de suas raízes e se curvar à maior instituição de todos os tempos: o casamento?

Sedução ao amanhecer (2008)
O cigano Kev Merripen é apaixonado pela bela e bem-educada Win Hathaway desde que a família dela o salvou da morte e o acolheu, quando era apenas um menino. Com o tempo, Kev se tornou um homem forte e atraente, mas ainda se recusa a assumir seus sentimentos por medo de que sua origem obscura e seus instintos selvagens prejudiquem a delicada Win.
Ela tem a saúde fragilizada desde que contraiu escarlatina, num surto que varreu a cidade. Sua única chance de recuperação é ir à França, para um tratamento com o famoso e bem-sucedido Dr. Harrow.
Enquanto Win está fora, Kev se dedica a coordenar os trabalhos de reconstrução da propriedade da família, em Hampshire, transformando-se num respeitável administrador, mas também num homem ainda mais contido e severo.
Anos depois, Win retorna, restabelecida, mais bonita do que nunca...e acompanhada por seu médico, um cavalheiro sedutor que demonstra um óbvio interesse por ela e desperta o ciúme arrebatado de Kev.
Será que Win conseguirá enxergar por baixo da couraça de Kev o homem que um dia conheceu e tanto admirou? E será que o teimoso cigano terá coragem de confrontar um perigoso segredo do passado para não perder a mulher da sua vida?

Tentação ao pôr do sol (2009)
Poppy Hathaway está em Londres para sua terceira temporada de eventos sociais. Como nos dois anos anteriores, ela se hospedou com a família no hotel Rutledge. E, como nos dois anos anteriores, tudo indica que retornará a Hampshire sem ter encontrado um pretendente com quem se casar.
Apesar de ser extremamente bonita e gentil, Poppy tem duas grandes desvantagens em relação às outras moças: sua inteligência deixa muitos homens acuados e o fato de vir de uma família tão pouco convencional faz com que os melhores partidos nem sequer a abordem.
Mas o destino a coloca no caminho de Harry Rutledge, um homem de passado triste, que venceu na vida por conta própria e aprendeu a encarar tudo como um negócio. O dono do hotel não ama ninguém, confia em poucos e manipula todos. Porém, mesmo sendo tudo o que Poppy nunca almejou, ela não pode negar o fascínio que sente por ele.
Quando Harry conhece Poppy, é tomado pelo desejo. Ele imediatamente tem a certeza de que a jovem será sua – e, para o bem ou para o mal, não mede esforços para que isso aconteça.
Mas fascínio e desejo não serão suficientes para construir sua história, sobretudo quando uma traição põe em jogo as bases do relacionamento. Agora, é entre quatro paredes que eles tentarão resolver problemas e anular diferenças, num romance sensual em que seu futuro juntos pode mudar a cada toque, cada encontro, cada descoberta.

Manhã de núpcias (2010)
Quando herdou o título de lorde Ramsay, Leo Hathaway e sua família passavam por um dos momentos mais difíceis de sua vida. Mas agora as coisas vão bem. Três de suas quatro irmãs já estão casadas, uma preocupação que Leo nunca teve consigo mesmo. Solteiro inveterado, ele tem uma certeza na vida: nunca se casará.
Mas então a família recebe uma carta que pode pôr tudo isso em risco: se Leo não arrumar uma esposa e gerar um herdeiro dentro de um ano, ele perderá o título e a propriedade onde todos vivem.
Solteira e sem pretendentes, a governanta Catherine Marks talvez seja a única salvação da família que a acolheu com tanto carinho. O único problema é que Leo não compartilha do mesmo afeto que suas irmãs têm pela moça.
Para ele, Catherine é uma megerazinha cheia de opinião que fala demais. Apesar de irritá-lo e quase o levar à loucura, ela é a primeira – e única – mulher com quem ele considera se casar.
Catherine, por sua vez, tem uma opinião igualmente negativa a respeito do patrão. Além disso, ela esconde alguns segredos do passado e um deles pode destruir a vida que tão cuidadosamente construiu para si.
Agora Leo e Catherine precisam um do outro, mas para vencer as dificuldades e consertar as coisas eles terão que superar as turras e as diferenças, num romance intenso e sensual que só Lisa Kleypas poderia ter escrito.

Paixão ao entardecer (2010)
Mesmo sendo uma família nada tradicional, quase todos os irmãos Hathaways se casaram, até mesmo Leo, que era o mais avesso a essa ideia. Mas para a caçula Beatrix, parece não haver mais esperança.
Dona de um espírito livre, apaixonada por animais e pela natureza, Beatrix se sente muito mais à vontade ao ar livre do que em salões de baile. E, embora já tenha frequentado as temporadas londrinas e até feito algum sucesso entre os rapazes, nunca foi seriamente cortejada, tampouco se encantou por nenhum deles.
Mas tudo isso pode mudar quando ela se oferece para ajudar uma amiga.
A superficial Prudence recebe uma carta de seu pretendente, o capitão Christopher Phelan, que está na frente de batalha. Mas parece que a guerra teve um forte efeito sobre ele, e seu espírito, antes muito vivaz, se tornou bastante denso e sombrio.
Prudence não tem a menor intenção de responder, mas Beatrix acha que ele merece uma palavra de apoio – mesmo depois de tê-la chamado de estranha e dito que a jovem é mais adequada aos estábulos do que aos salões. Então começa a escrever para ele e assina com o nome da amiga. Beatrix só não imaginava o poder que as palavras trocadas teriam sobre eles.
De volta como um aclamado herói de guerra, Phelan está determinado a se casar com a mulher que ama. Mas antes disso vai ter que descobrir quem ela é.

Agora vamos ao dream cast.
A cada descrição de personagem eu ia pensando em atores e atrizes que se encaixavam em seus perfis, até chegar ao cast abaixo.


Amelia Hathaway (Emily Blunt)

Leo Hathaway (Robert Pattinson)
Catherine Marks (Amanda Seyfried)








Win Hathaway


Poppy Hathaway (Anna Popplewell)
Harry Rutledge (Chris Pine)









Beatrix Hathaway (Georgie Henley)
Christopher Phelan (Chris Hemsworth)










Dr. Julian Harrow (Daniel Radcliffe)
Althea (Vera Farmiga)
Prudence Mercer (Taylor Swift)
  

Evie e Sebastian St. Vincent (Natalie Portman e Eric Bana)
Lilian e Marcus Westcliff (Natalie Dormer e Jonathan Rhys Meyers)



P.S.: na lista faltaram Cam Rohan e Merripen, simplesmente por que não encontro atores que façam jus aos dois ciganos.

Até a próxima!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Resenha - Um lugar chamado liberdade (Ken Follett)

Olá!
Depois de muito tempo, voltei. E voltei com força total (como aquela força que mulher tem aos domingos, quando anuncia “amanhã começo a dieta!”, mas enfim). Hoje vou falar de uma leitura muito interessante e maravilhosa.
Recentemente conheci Ken Follett (ainda me arrependo de não ter ido vê-lo na Bienal de São Paulo), quando ganhei o livro “Queda de Gigantes” de uma amiga. Desde então, tento ler o máximo de livros dele que sou capaz (quase terminando a trilogia “O Século”, yay!). A última obra do autor que li foi “Um lugar chamado liberdade”, lançado no Brasil em 2014 pela editora Arqueiro (a mesma de Harlan Coben, Nora Roberts, Lisa Kleypas e Colleen Houck, que estão na lista de futuras leituras).
Sem mais a dizer, aqui vai a resenha.

Título nacional: Um lugar chamado liberdade
Título original: A place called Freedom
Autor: Ken Follett
Editora: Arqueiro
Páginas: 400
Ano: 1995 (2014 no Brasil)

Sinopse: Desde pequeno, Mack McAsh foi obrigado a trabalhar nas minas de carvão da família Jamisson e sempre ansiou por escapar. Porém, o sistema de escravidão na Escócia não possui brechas e a mínima infração é punida severamente. Sem perspectivas, ele se vê sozinho em seus ousados ideais libertários. Durante uma visita dos Jamissons à propriedade, Mack acaba encontrando uma aliada incomum: Lizzie Hallim, uma jovem bela e bem-nascida, mas presa em seu inferno pessoal, numa sociedade em que as mulheres devem ser submissas e não têm vontade própria. Apesar de separados por questões políticas e sociais, os dois estão ligados por sua apaixonante busca pela liberdade e verão o destino entrelaçar suas vidas de forma inexorável. Das fervilhantes ruas de Londres às vastas plantações de tabaco da Virgínia, passando pelos porões infernais dos navios de escravos, Mack e Lizzie protagonizam uma história de paixão e inconformismo em meio a lutas épicas que vão marcá-los para sempre. Com 8 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, Um lugar chamado liberdade é mais uma prova de que Ken Follett é um mestre absoluto em criar tramas complexas e emocionantes.

Os livros de Ken Follett têm uma característica comum: todos os que eu conheço – e os que preciso conhecer – são impecáveis. Sua escrita é, sem dúvidas, impossível de não se apreciar. Além disso, o pano de fundo de suas obras sempre envolve fatos – e até mesmo personagens – históricos (como é o caso da trilogia “O Século”, na qual cada livro “passeia” por um período marcante do século XX). No caso de “Um lugar chamado liberdade” não foi diferente – embora a sutileza neste seja mais nítida em relação aos outros. A jornada do escocês Mack McAsh, contada através de sua passagem por Londres, onde se torna carregador de carvão e representante dos colegas durante as greves, até a Virgínia, na colônia dosa Estados Unidos, onde persiste em seu sonho de ser livre, é emocionante e inesquecível.
Na vida de Mack ainda existe Lizzie Hallim, amiga de infância com ideais similares aos seus, além de Jay Jamisson, segundo filho dos donos das minas de carvão e futuro patrão de Mack na Virginia. Jay é um dos maiores impedimentos nos planos de Mack – a pedra no sapato do mineiro, por assim dizer. Os destinos dos três personagens convergem até o final da história de forma intensa e dramática; cada passo se dirige a uma inevitável tragédia enquanto Mack desafia as autoridades em cada lugar por onde passa.
O livro aborda questões de liberdade (historicamente falando, se passa às vésperas da Independência dos Estados Unidos, ocorrida em 1776) – e tem como personagem – discreto e muito coadjuvante – George Washington, primeiro Presidente dos Estados Unidos e um dos Pais Fundadores. Seu papel na obra é curto; com base nisso, porém, percebemos a genialidade e o comprometimento do autor para com seus leitores, buscando trazer até eles a veracidade histórica de fatos marcantes.
Follett é um autor de proporções grandiosas. Suas obras refletem suas opiniões sobre eventos históricos de maneira completa, sempre levando o leitor por uma deliciosa viagem no tempo. Uma leitura, certamente, imperdível.


"Não sabia o que lhe reservava o futuro. Poderia ter que enfrentar pobreza, sofrimento e perigo. Mas não seria outro dia nas profundezas da mina, outro dia de escravidão, outro dia como propriedade de Sir George Jamisson. Ele seria dono do próprio destino"

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Contagem de Corpos - Dentista!

Uau! Quanto tempo sem post! Até me senti estranha. Hoje vou postar um trechinho de Contagem de Corpos - um trecho que eu gosto bastante por muitos motivos. Segue.


Atravessaram a praça e andaram alguns quarteirões até chegarem a um pequeno prédio pintado em verde e branco. Aparentemente era novo em folha, o que Felipe constatou ao entrar na recepção. Cadeiras ultra modernas ocupavam o espaço dedicado aos pacientes. A secretária vestia roupa branca com um coletinho verde, da mesma cor da pintura, por cima da blusa, e falava ao telefone. Sorriu e sinalizou para que esperassem.
- Sim, sim, dona Mercedes, mas a senhora precisa vir o quanto antes, ou senão... Sim, eu sei que a senhora está cuidando do seu netinho, mas aqui temos uma área infantil e ele vai ficar bem.
Olhou para os dois e sorriu novamente, como se pedisse desculpas. Natália sentou-se em uma das cadeiras e Felipe fez o mesmo. Notou uma bancada com diversas revistas e quadrinhos infantis, além de vários brinquedos espalhados dentro de um cercadinho onde duas crianças brincavam com carrinhos de bombeiro. Natália cruzou as pernas graciosamente e olhou ao redor como se, a qualquer momento, um monstro fosse entrar pela porta e matá-la.
- Medo de dentista? – perguntou Felipe, sorrindo sem olhar para ela
- Trauma de infância. Não tem graça fazer brincadeiras sobre medo de dentista. É algo muito real. E muito ruim. Por isso mesmo eu passo horas cuidando dos meus dentes, pra nunca ter que ser vítima em um massacre com aquelas canetinhas barulhentas.
- E eu achando que você fosse durona.
Natália perdeu a chance de responder à altura quando a recepcionista os chamou com um sorriso.
- Desejam marcar uma consulta ou orçamento? Tenho certeza que posso encaixar vocês depois do próximo cliente
- Na verdade – disse Natália, puxando o distintivo – assunto da polícia. Mas podemos esperar, certamente. – disse ela à recepcionista, sorrindo.
Antes que a secretária pudesse responder, a porta do consultório abriu e uma mulher saiu acompanhada pela dentista, que sorria e afagava seu ombro.
- Dessa vez foi ruim, Cláudia, mas seu tratamento está definitivamente melhorando. Pense só, faltam apenas três canais e depois, só alegria! – disse a dentista.
A tal Cláudia mal conseguia sorrir, mas acenou em afirmativo para Aline e chamou as crianças. Aline acenou em despedida e olhou para Natália. Imediatamente parou de sorrir, mas manteve a pose profissional até o fim.
- Olha quem decidiu dar uma olhada na dentadura. Cárie, Natália? – perguntou, claramente irônica.
- Cárie, eu? Imagine, Aline, sou muito limpinha. Quem tem cárie é meu amigo aqui. Conheça Felipe. Ele veio da capital pra ajudar a gente em um caso aqui e de repente teve dor de dente. Você pode dar uma olhada na dentadura dele?
- Claro, claro. Letícia, avise a próxima consulta que eu tenho um provável cliente no consultório e posso atrasar um pouco, sim?
- Claro, doutora. Aviso sim.
Aline fez um gesto com uma das mãos e sorriu, indicando para que Natália e Felipe entrassem no consultório. Entrou atrás deles e fechou a porta, apontando a cadeira a Felipe, que sentou-se nela sem cerimônia.
- Acho que não tenho cárie, doutora. Deve ter sido sensibilidade ou coisa assim.
- Isso vamos descobrir. – disse Aline, já calçando as luvas e pegando os instrumentos. – Abra a boca e diga “ah”.
Felipe fez o que ela disse e tentava falar com a boca aberta, fazendo com que o som saísse abafado e estranho.
- Eu cuido bem dos meus dentes. Passo fio dental e tudo.
- Mas parece que não é o suficiente. – disse a dentista, suspirando. – Você tem duas pequenas cáries nos dentes incisivos. Posso removê-las em meia hora e sem anestesia.
- Sem problema. Medo de dentista é algo que eu não tenho. – disse ele, olhando para Natália e se acomodando mais na cadeira.
Natália olhou-o como se ele fosse louco, revirou os olhos e encostou-se na porta do consultório, cruzando os braços de maneira largada. Aline reunia os materiais com uma calma impecável. Preparou-se para começar o procedimento em silêncio, como se o único presente além dela fosse seu paciente.
- Então, - começou Natália - ouvi dizer que você foi assaltada outro dia mesmo, Aline. Por que não foi na delegacia preencher um boletim de ocorrência?
- Nem precisei. – respondeu Aline, já com a caneta na mão – Não foi nada de mais, achei melhor nem fazer alarde sobre a situação. Foi um susto.
- Ainda assim, tentativa de sequestro? Você devia preencher um relatório.
Aline parou de perfurar o dente de Felipe, que fechara os olhos e estava mais relaxado do que mulher em SPA. Olhou Natália por cima dos óculos de proteção e suspirou.
- Não foi nada de mais, eu já disse. Foi um susto e passou. Nada de tentativa de sequestro. Um assalto que não deu certo.
- Mas você não sabe que assassinatos estão acontecendo na cidade, sabe? – disse Natália, sem pestanejar – E você se encaixa no perfil: morena, solteira, mora sozinha. E pode ter sido uma vítima que se safou e única testemunha ocular. Você pode ser peça chave nesse caso, pode salvar muita gente desse maníaco...
- Não tem maníaco nenhum! – respondeu Aline, já sem paciência – Eu ouvi sobre essas mortes, e vocês estão fazendo desse caso uma tempestade em gota d’água. Isso é um caso aleatório e logo vai acabar. Eu-não-sou-testemunha-coisa-nenhuma. – disse ela, pausadamente.
- Mas, Aline... – começou Natália, aparentemente aflita.
- Olha, eu vou ser bem direta. Você é péssima no que faz, Natália. Desde o jardim de infância, você nunca soube se impor ou responder ofensas. Isso pode ser muito fofo quando se tem cinco anos de idade, mas não combina com uma mulher de vinte e tantos que trabalha com a lei. Eu sei que você me considera sua ‘inimiga’ e que nós nunca nos demos bem, mas pense bem: quem se deu bem na vida e quem sai prendendo ladrões de galinha, hm? Acho que a resposta é bem óbvia.
Natália revirou os olhos  novamente e fez como se não se importasse.
- Eu não te considero minha inimiga. Você jogava terra em mim e colocava coisas e bichinhos no meu lanche quando éramos pequenas, mas são águas passadas. E eu não saio prendendo ladrões de galinha. Eu ajudo a manter a paz e a segurança nessa cidade...
- Paz e segurança? Você mesma acabou de dizer que há um maníaco à solta. Isso é segurança desde quando? – retrucou Aline, já esquecida de Felipe, que abrira os olhos e observava a cena.
- Eu já disse. Estamos caçando esse maníaco. Por isso seu paciente aí veio da capital, pra acharmos alguma pista, sei lá. Mas tudo bem, se você não quer ajudar, paciência. Termine de consertar a boca do sabichão, eu vou esperar lá fora.
Saiu, então, sem dizer uma palavra, fechando a porta atrás de si, sem esperanças sobre aquele caso.